Equação

Posted in Uncategorized on setembro 14, 2015 by Unsere Welten

Talvez, e apenas talvez, um dos meus grandes e injustos medos é o de que quanto mais você corra a si mesmo, mais distante você ficará de mim, como uma inevitável equação de resultados inversamente proporcionais a qual nunca poderei compreender.

Eu sempre quis ser eu

Posted in Meu Mundo on setembro 3, 2015 by Unsere Welten

Eu sempre quis ser eu. Eu com o que tenho, eu com algo mais. Se alguém está viajando e eu sinto inveja, quero ser eu em outra viagem, jamais ser quem está viajando, naquela viagem. Se eu quero muito dinheiro, queria ser eu com um belo montante, e não ser aquele milionário, com aquele dinheiro, naquela vida. Outras pessoas têm outros amores, outros desejos, outras vontades, outros problemas. Eu quero o que é meu, o que desejo, tudo o que me faz ser eu.

Três palavras. Ou mais ou menos isso.

Posted in Meu Mundo, Nosso Mundo on julho 3, 2015 by Unsere Welten

“Ele me disse eu te amo”, ela me contou. E isso a deixara perturbada. “Eu nunca acredito quando alguém diz que me ama. Fico pensando que a pessoa estava bêbada, ou que falou da boca pra fora”. Sobre o que ela respondeu a essa declaração, ela me disse: “respondi que também o amava, mas foi estranho, eu não gosto de dizer”. Indaguei se ela não o amava, e ela dissera que sim, que o amava, mas que não queria dizer, porque era estranho, “nunca acredito que é sincero, e não me sinto à vontade para falar”.

Eu te amo. Três palavras tão básicas e tão fortes. Quantas pessoas não se arrependem por nunca terem dito?  Acho que ultimamente o amor tem assustado um pouco muitas pessoas, talvez por medo de sofrimento, ou pela dúvida, pela incerteza, ou por algum bloqueio, ou por não gostar dele(a), ou porque é muito mais fácil pegar sem se envolver, ainda que isso sempre acaba não funcionando muito bem para ao menos um dos dois lados, e muitas vezes alguém acaba saindo machucado da história. É como uma vez disse uma amiga “Se você não quer se envolver, relacione-se com uma planta”.

E dizer eu te amo se tornou tanto banal quanto difícil, e acabo de descobrir que ouvir também; espanta-me saber que há quem não sinta prazer num sonoro eu te amo. É preciso muita maturidade emocional para reconhecer a verdadeira essência do amor por trás do eu te amo e também para encontrá-la mesmo quando nunca é dito, seja aos pais, aos filhos, aos amigos, aos namorados, às namoradas, aos maridos ou às esposas. Eu te amo. São apenas três palavras, ou mais ou menos isso.

Todo o ódio aos livros de colorir

Posted in Uncategorized on maio 22, 2015 by Unsere Welten

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Haters gonna hate. A moda do livro de colorir, o sumiço do lápis de cor das prateleiras das lojas e fotos no instagram de páginas pintadas. Toda essa febre foi o suficiente para ativar o ódio dos haters de modinhas que aparecem na internet.

“Eu sou um artista, sempre pintei e desenhei desde criança, agora vem esses idiotas que sempre acharam que pintar é coisa de criança achar que são legais e descolados com esses livros idiotas.” Ou então “compra livro e lápis de cor só para ficar se exibindo no instagram.” E os mais exaltados “parece um bando de retardado! Não aguento mais ver flores!” Teve uma que até se achou engraçada comprando um livro só para fazer um suposto video tutorial de como pintar um livro, rabiscando as páginas com canetinha e mostrando que não aguenta mais essa modinha.

Gente, por que tanto ódio? Ainda não entendi essa implicância com febres de atividades temporárias, essa raiva despertada pelas fotos postadas no instagram e no facebook. E daí se é moda? E daí se pessoas que nunca ligaram para lápis de cor estão agora pintando? Tudo isso é porque você já pintava antes e agora está incomodado com a “concorrência”? Tá triste porque não tem mais um hobby exclusivo? Juro que não entendo essa necessidade de se diferenciar, ser único e fazer algo que ninguém faz. Tá insatisfeito? Muda de atividade, explore novas atividades e encare novos desafios e deixe em paz quem está feliz pintando florestas, flores e mandalas. Se você sempre pintou, tenho certeza que não serão iniciantes com lápis de cor e livros de colorir que vão te “desbancar”.

O que eu vejo é uma febre saudável, com seus excessos ou não, com gente querendo apenas aparecer ou não, eu vejo gente feliz entrando numa onda colorida. E não precisa o mundo de mais cor? Um dia eu estava pintando meu livro numa sala de espera, e uma senhora me perguntou sobre ele, onde comprei e disse que ela queria pintar também. Outro dia a reencontrei e ela me mostrou fotos dos livros dela e das amigas dela, com quem ela estava pintando. Amigas que se reuniam para pintar juntas e conversar. Quer coisa melhor do que uma atividade descontraída em grupo? Eu vejo mães pintando junto com seus filhos, eu vejo pessoas duras se entregado ao prazer de ser criança. Eu vejo cor, eu vejo paz, eu vejo amor. Faça então um esforço: pare de odiar.

Que essa febre dure o tempo que durar, e, quando ela acabar, que tenha deixado no mundo pessoas com um pouco cor na vida. É disso, afinal, que o mundo precisa.

Diálogos do Trem – Relacionamentos

Posted in Diálogos do Trem on maio 19, 2015 by Unsere Welten

– Eu não vou ficar pedindo carinho pra você não.
– […]
– Grosso, eu?
– […]
– Ah tá, tá bom. Em que momento eu fui grosso?
– […]
– Ah, tá. Claro.

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– É, no Natal eu preciso estar em Minas, fia.
– […]
– Da um jeito na tua vidinha que eu preciso dar um jeito na minha, ou vou acabar matando aquele desgraçado.
– […]
– Eu to ruim, to péssima… Falta pouco pra eu matar aquele desgraçado.
– […]
– Eu já peguei quatro anos fia, mais dez anos vai ser fichinha, não aguento mais aquele coisa ruim.

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– Letícia, eu quero passar informações de conhecimento pra você… Se você não quer tudo bem!
– […]
– Ah, mas Letícia, só porque eu tenho mulher eu não posso ir pra sua casa?
– […]
– Letícia… Não, Letícia, me escuta, me escuta! Quando você me conheceu… Deixa eu falar, quando você me conheceu você me conheceu casado.
– […]
– Você me conheceu casado, Letícia, eu não era solteiro, eu não sou solteiro, eu não tenho culpa se você não pode ir onde eu estou, porra, se toca, cara!
-[…]
– Não, Letícia, eu não desliguei na sua cara, eu tava no meu quarto colocando meu filho pra dormir… Contando uma historia pra ele.
– […]
– Não, Lê, eu não desliguei na sua cara! A ligação caiu! Sua filha da puta! Vou dar uma porrada na sua cara! Se eu tivesse aí você tomava logo umas duas bolachas pra você aprender.
– […]
– Não, Letícia, não! Poxa, me ouve… foi até minha mulher que foi me avisar que o telefone tava tocando, a ligação caiu mesmo…
– […]
– Mas que diacho de amor é esse que você diz que sente por mim? Que amor é esse você não é nem capaz de me entender?
– […]
– Você não é a outra Letícia, você sabe que não é, você nunca foi nem nunca vai ser pra mim a outra, essa palavra não existe no meu vocabulário, você sabe disso, Lê, você sabe que eu te amo!
– […]
– Eu amo você, você sabe disso, eu amo a nossa princesinha, demais….
– […]
– É claro que eu vou no aniversário dela, Letícia…
– […]
– Não Letícia, não… E mulher não nasceu para ser compreendida, nasceu para ser amada, e você sabe que te amo, e ainda assim eu compreendo você, eu te entendo, e te respeito.
– […]
– Não, Lê, eu não tenho outra, você sabe que não, é apenas o meu jeito… Não não, não é só quando eu quero que a gente se fala, é só quando dá tempo, olha, não estamos falando agora?
– […]
– Não, Letícia, não… Não! Olha, você sabe disso… Letícia, Letícia! ….

… Desligou… Puta que pariu, plena segunda feira e essa mulher faz isso…

[Tenta ligar de volta inúmeras vezes, e então ela finalmente atende]

– Alô, oi, oi, tá me ouvindo? Tá mais calma agora?
– […]
– Eu sei que você não está nervosa, é, eu sei, você estava só desabafando, é, eu sei, eu entendo…

[E assim, descendo do trem, continua…]

E o presente?

Posted in Meu Mundo on março 23, 2015 by Unsere Welten

E o medo?
Existe.
E a insegurança?
Também.
E o incerto?
É o futuro.
E o certo?
Não sei.
E o desejo?
Presente.
E a saudade?
Também.
E o futuro?
Incerto.
E os planos?
Futuros.
E o presente?
Em curso.

Inegavelmente Bentinho

Posted in Meu Mundo on março 17, 2015 by Unsere Welten

Ouve um dia em que acreditei que já não tinha mais a imaginação de Bentinho. Pobre de mim, que não percebi que a negação de um mal não o impede de existir ou acontecer. Uma leve brisa sempre deu a luz a incontáveis potrinhos. Negá-los não os fará sumir, nem deixarem de existir. Aprender a controlá-los: esta é a chave para o auto conhecimento e paz interior. Tenho um longo caminho pela frente…

Amor…

Posted in Meu Mundo on março 16, 2015 by Unsere Welten

Amor… amor é o que se sente, mesmo que sem palavras. Não há definição, nem medidor de intensidade, não existe hora pra surgir nem momento pra crescer. Amor é fraterno, é romântico, é o que se manifesta em risos, abraços, beijos, saudades e lágrimas. É sofrer mesmo sem querer, é rir, é chorar. Amor… amor é tudo aquilo que eu sinto quando penso em você.

A volta da pantera

Posted in Sonhos on março 12, 2015 by Unsere Welten

Fazia tempo que eu não a via. Passou correndo na minha frente com a Lyra, gata de meus pais, na boca. A pantera negra havia saído de controle, mas, de alguma forma, eu ainda tinha poder sobre ela. Arranquei a gata, ainda viva e com ferimentos leves, de suas presas e a pantera não reagiu, apenas me olhou como se estivesse com rancor. Mandei-a para a casa de madeira que a abrigava e, quando dei-lhe as costas, não pude evitar que matasse uma gata branca e comesse o rabo do Bilbo, o gato adotado por meu amigo. Temi por Frida, a minha gatinha branca, nas ela estava a salvo se esfregando em minhas pernas. A gata devorada era uma gata de rua. A pantera sentia-se triste, mas ainda assim não podia sair comendo gatos por aí. Acariciei-lhe a nuca e acordei logo em seguida.

O brilho eterno de uma mente sem lembranças

Posted in Meu Mundo, Nosso Mundo on março 10, 2015 by Unsere Welten

Eu já quis esquecer, exatamente como acontece no filme. Esquecer parece tornar tudo mais fácil: eliminar a dor e acabar de uma vez com o desconforto. Já desejei me livrar de lembranças ruins ou da dor de um coração partido mais de uma vez. Pesquisadores holandeses já descobriram um meio de apagar memórias especificas, traumáticas – através do que se pode grosseiramente chamar de eletrochoque – para auxiliar principalmente em tratamentos de depressão.

Fico imaginando se a coisa atinge a escala do inimaginável e alcança o nosso propósito de esquecer o que nos causa sofrimento. Ao sentirmos uma dor emocional muito forte, bastaria apagar a(s) lembrança(s) que a(s) causa(m). Haveria gente apagando vidas inteiras: a existência de alguém que morreu, anos de relacionamentos amorosos culminados em decepção ou frustração de um coração partido, acidentes traumáticos, experiências negativas que resultaram, de alguma forma, em algum aprendizado. E, de repente, os mesmos erros estariam sendo repetidos um atrás do outro por pessoas repletas de buracos existenciais. Sem a referência da dor, já nem saberíamos o que é felicidade.

Mas confesso, já quis mesmo esquecer. Apagar a memória por raiva ou apenas por não suportar o sofrimento que tira o sono, a fome, apaga as cores, elimina os aromas e os sabores. Ter memória seletiva seria útil em determinadas fases da vida. Que a felicidade não é uma constante e que ela é um meio e não o destino, já sabemos, duro mesmo é a contradição de desejar esquecer nossos sonhos mais doces, as memórias mais lindas e os momentos mais felizes em nome de apagar a tristeza que essas lembranças atualmente nos causa. Talvez seja apenas um paradoxo temporal, ou talvez precisemos delas para perceber que estamos vivos e que somos capazes de rir e de chorar com a mesma emoção e intensidade.